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Se alguma vez me classificarem de tímida não acreditem. Sou daquelas pessoas que três dias depois de se mudar para outra cidade já conhece o nome de toda a gente com que se cruza e ao fim de um mês há quem se convença que afinal sempre vivi ali. Nasci assim. As histórias que ouvi e que precedem a minha memória são demasiado parecidas para serem inventadas. Nasci assim e nunca fiz nada para ser diferente do que a genética determinou. E gosto de ser assim. Mas no livro da minha vida, que escrevo todos os dias, repleto de lugares, pessoas, cheiros e cores as personagens principais são, sem dúvida alguma, o sentir, a emoção e aquele sentimento estranho, quase mágico, para o qual não inventaram ainda o nome, que surge quando reconhecemos alguém apenas porque parece ter sempre vivido dentro de nós. Uns tornam-se amores e outros chamamos de amigos.
Não faço amigos levianamente, que é quase um compromisso para a vida. É um amor - digo eu que não concebo o amor sem amizade - daqueles amores que ansiamos, que nos põem estrelas nos olhos e que nos roubam o sono porque o tempo passado perto de quem se gosta substitui perfeitamente o descanso que precisamos. Os amigos estão sempre connosco, mesmo quando não estão. Disponíveis e atentos, sabem onde guardamos a chave do nosso coração, ouvem tudo aquilo que nem sequer dizemos, o que nos vai na alma, orgulham-se dos nossos feitos, choram as nossas dores, repreendem-nos com um sorriso e têm um colo imenso onde sabemos que nos podemos aconchegar. São os nossos cúmplices, os nossos iguais, companheiros de aventuras e longas conversas, confidentes e críticos. Os amigos não nos cobram a distância e a ausência, apenas abrem os braços e sorriem quando finalmente aparecemos. Como se diz por aí: "entram na nossa vida e deixam pegadas no nosso coração”.
Não sei se são muitos os meus amigos, nem sei se alguma vez os contabilizei.
Sei que são bons e só isso me importa.
Para todos a minha eterna gratidão.
Sem vocês não seria quem sou.