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Quem me conhece sabe que não ligo nenhuma a futebol. Não entendo a fobia, enerva-me o endeusamento de jogadores e/ou treinadores e irritam-me profundamente as quezílias inter-clubes. Não me incomodam as picardias entre amigos, nos dias seguintes aos jogos, as trocas de piropos, as piadolas mais ou menos engraçadas e de vez em quando - pasmem-se os Céus! - até interessantes. Já a violência, os jogos de poder, os rios de dinheiro que rolam no negócio, retiram, pelo menos para mim, todo o interesse naquilo que poderia ser um bom espectáculo.
Esta introdução só serve para justificar a minha ignorância no que toca a quase tudo o que diz respeito ao mundo do futebol mas, como faço questão de ler jornais ou assistir a noticiários, há coisas que não me passam completamente despercebidas. E foi assim que conheci (o ultimamente tão falado) Casillas, no dia em que interrompeu a entrevista da Carbonero (outra personagem que não fazia a mínima ideia que existia) com um beijo apaixonado, durante um directo da televisão espanhola, beijo esse que acabou por correr o mundo. Convenhamos... nem o coração mais empedernido ou uma quase-inimiga do futebol - moi-même! - consegue ficar indiferente a uma cena daquelas.
Nunca mais soube dele, nem dela, por razões obvias, até que esta semana voltou a ser notícia - daquelas que me passam pelos olhos - um porque vinha para o Porto e ela porque não queria vir, o que deu azo ao habitual sururu que surge cada vez que alguém "de fora" se atreve a desdenhar (ou apenas ignorar) os predicados de qualquer coisa que seja portuguesa. Vade retro sua espanhola ignorante e lá saltam por todo o lado, posts, artigos e listas de tudo o que temos de bom - e temos! - desde o clima à paisagem e à movida portuense, sem esquecer a enumeração das lojas de marca que qualquer mulher de jogador de futebol deve, com certeza, necessitar de ter ali mesmo ao virar da esquina.
A história acabaria aqui - que eu quero lá saber onde é que joga quem, ou que roupa é que é a preferida seja lá de quem for - não tivesse sido apanhada, há pouco, durante o noticiário, pela despedida emocionada de Casillas ao Real Madrid, clube a que esteve ligado durante 25 anos. Não conheço pormenores, nem preciso saber e só não tenho raiva a quem sabe porque não perco tempo com isso, mas ver um homem grande, a engasgar-se na emoção, quase me levou a fazer as pazes com o futebol.
É verdade que o estupor(zinho) - termo carinhoso - até a chorar, ou talvez por causa disso, ainda mais apetece comer mas, irra!... já não lhe bastava ser bonito e romântico e ainda tinha que se mostrar desenvergonhadamente sensível? Ai, sossega coraçao e deixa-me ir ali apanhar a roupa que há muita humidade no ar...