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Tempos houve em que a caixinha mágica era uma raridade. E caixinha é uma força de expressão porque os aparelhos eram enormes, pesados e tinham de ser ligados quase meia hora antes do início da emissão pois precisavam de aquecer. O caixote que um dia - não me perguntem quando - apareceu na minha casa de menina era assim, e assim se manteve até muitos e muitos anos depois, ser substituída pela primeira televisão a cores. Tempos houve em que a televisão era desculpa para reuniões de amigos e o Festival da Canção – talvez a par do Natal dos Hospitais - era o grande acontecimento do ano em termos de espectáculo musical. Na noite marcada lá estávamos em frente à tal caixinha, horas a fio para ouvir as canções, rirmo-nos com as votações, torcermos pelas preferidas e, se tudo corresse bem, acabar o serão a trautear a grande vencedora. Há muito que perdi o rasto a tal acontecimento televisivo. Teria de fazer um grande esforço mental para - sem ajuda do Google – recordar pelo menos a melodia de uma canção festivaleira e se não me fosse mantendo a par das notícias, nem sequer sabia que ainda existia tal programa.
Até hoje.
Não vi o Festival da Canção, nem conheço nenhuma das outras canções concorrentes. Não sei se é considerada uma música festivaleira ou tipicamente portuguesa. Não faço a mínima ideia – e pouco me importa – se terá alguma hipótese de sequer dar nas vistas na Eurovisão ou que classificação obterá. Mas de uma coisa tenho a certeza:
Amar pelos Dois – também graças à interpretação do Salvador - é uma canção belíssima, onde as palavras se misturam na perfeição com a melodia que nos roça a pele, que se instala no nosso dia, despertando o calor do sol e libertando um sorriso imenso no olhar.
E eu - que a ouvi pela primeira vez há pouco mais de uma hora -
já a sei de cor e não consigo parar de cantar...